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A IA está roubando empregos ou revelando a obsolescência humana?

  • Foto do escritor: Eduardo Ferro dos Santos
    Eduardo Ferro dos Santos
  • 5 de jun.
  • 3 min de leitura

Todos nós estamos acompanhando a velocidade impressionante com que a Inteligência Artificial avança. Esse ritmo tem provocado medo e incertezas: muitas pessoas se preocupam em perder seus empregos, serem substituídas por máquinas e tornarem-se irrelevantes diante de sistemas que aprendem rápido, não descansam e cometem menos erros que nós.


Mas será que a IA realmente rouba empregos? Ou será que ela apenas escancara métodos e funções humanas que já não são mais adequados ao nosso tempo?

Será que o problema está na tecnologia ou no modelo mental que adotamos e mantemos por inércia?


Durante décadas, estruturamos sistemas educacionais, organizacionais e produtivos com base na repetição, na padronização e na eficiência linear. A lógica era clara: aprender uma técnica, dominar um processo e repeti-lo ao longo de toda uma carreira. Esse modelo funcionou bem na era industrial, e até certo ponto, na era da informação. Mas ele se mostra frágil, até mesmo obsoleto, na era da automação e da inteligência artificial.


A IA não veio “roubar” nada. Ela veio mostrar, com clareza implacável, o que pode ser automatizado e o que não pode. Ela revela o quanto do nosso trabalho era, na verdade, repetitivo, previsível, fragmentado e burocrático. O que está em xeque não é o emprego em si, mas o formato, a função e o valor agregado desse emprego.


Profissionais substituíveis não são vítimas da IA, mas sim da falta de ação e adaptação, ou melhor, da estagnação.

É fácil culpar os avanços tecnológicos pelas transformações no mercado de trabalho. Difícil mesmo é admitir que muitos profissionais pararam de aprender. A educação ainda é vista como um fim (um diploma, uma formatura, um ponto final) e não como um processo contínuo e vitalício. Quem nunca ouviu: “Já terminou seus estudos?” ou “Formou em quê?”, como se um curso de graduação fosse a forma definitiva de alguém. A verdade é que a obsolescência, nesse caso, não é imposta pela máquina, mas alimentada por um comodismo silencioso, por uma resistência em se reinventar e continuar evoluindo.


Em vez de perguntar “Será que a IA vai ocupar o meu lugar?”, talvez devêssemos perguntar: “O que me torna insubstituível por uma IA?”

A resposta não está em fazer mais rápido, mais barato ou com menos erros. Está em fazer o que nenhuma IA faz com autenticidade: pensar criticamente, decidir com empatia, criar com sensibilidade, dialogar com humanidade, lidar com ambiguidade, liderar com visão.


A verdadeira revolução não está nas máquinas, mas nas pessoas dispostas a crescer. A IA não elimina o ser humano, ela elimina a superficialidade do trabalho humano, a repetição sem reflexão, a presença sem propósito. Paradoxalmente, quanto mais a tecnologia avança, mais o fator humano se torna o diferencial competitivo e existencial.


Empresas, escolas e governos precisam entender isso com urgência. Programas de capacitação baseados apenas em habilidades técnicas correm o risco de formar profissionais tecnicamente aptos, mas estrategicamente descartáveis. É preciso ir além: estimular o pensamento transdisciplinar, o autoconhecimento, a aprendizagem contínua, a inteligência emocional, a ética e a resiliência.


Afinal, Competência = Conhecimento (aprender) + Habilidade (fazer) + Atitude (querer). Mas no século XXI, talvez seja hora de acrescentar um novo elemento: Consciência (ser). Sejamos humanos, conscientes, críticos e comprometidos, porque é isso que nenhuma inteligência artificial jamais poderá replicar.


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